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15 de jun. de 2014

Simulado: O texto e a construção dos sentidos - Ingedore Grunfeld Villaça KOCH (2008)

01. (VUNESP/2012)  De acordo com Koch (2008), – “a remissão de termos no texto pode ser feita, entre outros modos, por intermédio de recursos de natureza lexical, como sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, descrições definidas” –, afirmação exemplificada pelas expressões em destaque em:

(A) Na  fila dos elevadores, o meu primeiro olhar descobriu a grã-fina das narinas de cadáver. Vocês entendem?
(B)  Milhões deveriam estar presentes no  Estádio Mário Filhopara ver o milésimo gol de Pelé, uma linda festa do futebol brasileiro.
(C)  Quando Pelé estourou as redes, o Estádio Mário Filho voou pelos ares. Desde  Pero Vaz de Caminha,
nenhum brasileiro recebera apoteose tamanha.
(D)  Ao que íamos assistir já era História e já era lenda. Imaginem alguém que fosse testemunha de Waterloo, ou da morte de César, ou sei lá.
(E)  Milhões deveriam estar presentes no Estádio Mário Filho para ver o milésimo gol de Pelé,uma linda festa do futebol brasileiro. (...) Não sei se sabem que o sublime crioulofascina a mulher bonita.

02. (VUNESP/2012)  Koch (2008), ao discorrer sobre as estratégias de referenciação, observa que “a reativação de referentes no texto é realizada através de estratégias de referenciação anafórica, formando-se, desta maneira, cadeias coesivas mais ou menos longas”. Dentre os recursos de referenciação está a elipse, que no poema pode ser exemplificada na passagem:

(A) De onde ela vem?!
(B) De que matéria bruta / Vem essa luz,
(C) Como as estalactites de uma gruta?!
(D) Vem da psicogenética e alta luta
(E) Que, em desintegrações maravilhosas,

03. (VUNESP/2012)  As digressões têm sido definidas na literatura como segmentos não relacionados topicamente com os materiais precedentes ou subsequentes, que estão, estes sim, relacionados entre si; isto é, na digressão o tópico em curso é provisoriamente abandonado e um novo tópico é introduzido, sendo, a seguir, por sua vez, abandonado e substituído novamente pelo tópico anterior (esquema a/b/a). 
(Koch, 2008, p.111)

Assinale a alternativa em que se define o tipo de texto em que ocorre a digressão e se apresenta um exemplo coerente com a definição.

(A)  É típico do texto conversacional, como se vê pelo exemplo:
Tão importante quanto o sucesso concreto do plano – ou seja, a inflação baixar de verdade – é a percepção do sucesso. Explicando melhor, é a confiança de que os preços estão mesmo sob controle. (Folha de S.Paulo, 06.06.1994)

(B) É típico de texto escrito, como se vê pelo exemplo:
Tão importante quanto o sucesso concreto do plano – ou seja, a inflação baixar de verdade – é a percepção do sucesso. Explicando melhor, é a confiança de que os preços estão mesmo sob controle. (Folha de S.Paulo, 06.06.1994)

(C)  É típico de texto conversacional, como se vê pelo exemplo:
então a minha de onze anos... ela supervisiona o trabalhos dos cinco... então ela vê se as gavetas estão 
em orde/... em ordem se o:: material escolar já foi re/arrumado para o dia seguinte... se nenhum:: fez... arte demais no banheiro... porque às vezes estão tomando banho e ficam jogando água pela janela quer dizer essa... é supervisora nata é assim... ah... toma conta... precocemente não? das:: atividades dos irmãos (NURC/SP – D2 360: 1192-200)

(D) É típico do texto escrito, como se vê pelo exemplo:
então a minha de onze anos... ela supervisiona o trabalhos dos cinco... então ela vê se as gavetas estão em orde/... em ordem se o:: material escolar já foi re/arrumado para o dia seguinte... se nenhum:: fez... arte demais no banheiro... porque às vezes estão tomando banho e ficam jogando água pela janela quer dizer essa... é supervisora nata é assim... ah... toma conta... precocemente não? das:: atividades dos irmãos (NURC/SP – D2 360: 1192-200)

(E)  É típico do texto híbrido (oral/escrito), como se vê pelo exemplo:
toma conta do pessoal ((risos)) oh... agora ah:: nossa... foi além do que eu... imaginava... (NURC/SP D2 360: 1373-1388)

04. (VUNESP/2012) Podemos conceituar a coesão como o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veicula-doras de sentidos.
(Ingedore Koch, O texto e a construção de sentidos)

Com base no exposto por Koch, os elementos que formam uma cadeia coesiva no texto Os problemas na voz do professor são:

(A) os quatro problemas vocais, um estudo, excesso do emprego.
(B)  102 professores, atividade profissional, programa de reeducação.
(C)  36 professores, os professores, Os participantes.
(D) fonoaudióloga, palestras, tese de doutorado sobre a pesquisa.

05.(VUNESP/2009) É muito comum que os professores trabalhem textos consa-grados com seus alunos. Hoje, a indústria cinematográfica produz filmes de qualidade, não raro fazendo releituras de histórias que, por séculos, povoaram o imaginário social. Um exemplo disso é o filme Deu a louca na Chapeuzinho, que parodia Chapeuzinho Vermelho. Na nova versão, o lobo não é um personagem “mau”; ao contrário, é passivo e inocente.
Com base nos estudos de Kleiman sobre a leitura, pode-se afirmar que a personagem assim concebida

(A) redimensiona a relação de sentido no interior da história, entre as personagens, sem que isso provoque qualquer alteração na relação história-espectador.
(B) não altera a compreensão do espectador, já que este tem uma expectativa e sua interpretação da história se funda inequivocamente nela.
(C) modifica a relação de sentido atribuída à história, que, mantendo as personagens da versão original, não pode ser compreendida pelo espectador.
(D) rompe com o esquema que, em grande parte, determina as expectativas do espectador, aduzindo novos sentidos a partir dos já cristalizados.
(E) mantém uma base de sentido inalterada, calcada nos valores bem X mal, e altera os elementos da superfície, sem romper o esquema cognitivo.

06.(VUNESP/2009) Para planejar o ensino da leitura, um professor baseou-se nos estudos de Kleiman, tendo considerado relevantes as seguintes informações:
É mediante a interação de diversos níveis de conheci-mento, como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto.
[Mas se trata] de compreender como esse texto funciona em sociedade e de que forma ele deve ser produzido e utilizado a fim de atingir o objetivo desejado.

Para organizar seu trabalho, o professor deverá levar em conta que a produção de sentido

(A) nem sempre pode ser considerada como produto social de uma ação interativa entre sujeitos afetados historicamente.
(B) não é afetada pela organização social e ele é sempre interno ao próprio texto.
(C) se dá num processo dialógico em função das condições históricas que determinam a produção do texto.
(D) incide especificamente sobre o conhecimento de mundo, manipulado pelo sujeito-autor para atingir o sujeito-leitor nas práticas comunicativas.
(E) pode prescindir das condições sócio-históricas de produção, já que a significação está focada no sujeito-leitor.

GABARITO

01 - E
02 - D
03 - C
04 - C
05 - D
06 - C

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